quarta-feira, 22 de junho de 2011

Alucina Som de Tuba

Editora: Ática

Autor: FREI BETTO


   Esta é a historia do menino Nemo e seus amigos: Letícia uma garota que andava armada. Trazia um tresoitão na cintura, o banana e o panqueca. Todos tinham em média doze anos de idade viviam na rua, praticando todo tipo de crimes com uma naturalidade de quem só cometiam crimes para sobreviver, inclusive mantinham uma generosidade, um coração limpo, união, e capacidade para se ajudar e ajudar aos mais abandonados que eles. Toda a narrativa é sustentada com uma leveza e lirismo impressionante. Não se esquecendo da conotação social e política. A historia começa com a família de Nemo perdendo o barraco onde moravam havia três gerações, quase quatro, pela truculência da exigência de documentação, sendo que seu pai tinha o direito da usucapião, que não foi respeitado pelos funcionários da prefeitura. Acabou sendo preso e levado para um presídio no interior. Apanhou tanto que vivia tocando sua tuba imaginaria, acabou louco no hospício. A tuba sempre tinha sido sua válvula de escape. Tocava alucinadamente nos momentos de angústia. Sua mãe desesperada saiu com os filhos à procura do marido deixando nemo na delegacia aguardando por noticias de seu pai, acabou na Febem onde fez amizade com o banana se tornando inseparáveis até que um dia foi comprado por um casal de alemães sendo levado como filho. Letícia filha de uma prostituta foi levada para a Coréia com a promessa de se tornar dançarina.Esta historia todos sabem onde vai parar. Panqueca foi morto por justiceiros após ter sido reconhecido pelo dono da joalheria onde tinham praticado um assalto a fim de conseguir dinheiro e comprar comida para os doentes terminais de Cleópatra um travesti que mantinha uma casa de saúde improvisada antes de ser morto com varios tiros e ficar estirado na rua.
Esta historia é permeada com muitos personagens típicos de sobreviventes da marginalidade e outros que sempre encontravam tempo para estender uma mão caridosa, como por exemplo, Alice e sua mãe, ambas das Meninas Solidárias e Mulheres Solitárias. O nosso herói Nemo se mantém imparcial ao mundo do crime só participando do assalto á joalheria para ajudar Cleópatra porque ele cuidava de seu pai após ter sido resgatado do hospício e outros pequenos furtos para não morrer de fome. Eram vitimas das circunstancias. Esta é um historia de muita amizade, de luta pela sobrevivência. Nemo reencontrou sua mãe seus irmãos já casados no Ceará terra natal. Onde foi aliciado para o trabalho escravo no Pará. Conseguiu fugir preste há completar dezoito anos, arrumou um emprego de ajudante de caminhão e saiu Brasil afora em busca de encontrar um rumo para sua vida.

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